Índice do Artigo
1 – O que é ser gay?
2 – O que é sair do armário?
3 – Como sair do armário?
4 – A disfunção sexual em homossexuais
5 – Como contar para meus pais que sou gay?
6 – Algumas sugestões de como você pode fazer
7 – O que fazer quando os pais não aceitam
Você sabe o que é ser gay?
Ser homossexual (masculino e feminino) nada mais é que sentir desejo afetivo-sexual por outra pessoa do mesmo sexo. É uma das orientações afetivo-sexuais, no qual o despertar acontece no início da adolescência.
O termo gay é mais usado para os homossexuais masculinos e o termo lésbicas para as homossexuais femininas.
O que é sair do armário?
Sair do armário é assumir que gosta de pessoas do mesmo sexo. Parece simples né, mas é uma das situações mais difíceis que uma pessoa pode vivenciar.
É muito importante, pois dá visibilidade, ou seja, a pessoa não precisando se esconder ela se torna inteira nas suas relações e vivências.
Se você é homossexual e quer sair do armário saiba que a decisão de contar ou não é exclusiva sua. É você quem irá se expor. A ideia deste texto é te ajudar a refletir sobre o tema e assim se posicionar.
E, se você não é homossexual mas conhece algum(a) continue também a leitura que você poderá refletir sobre a questão, sempre repleta de dúvidas e preconceitos.
Conhecer é uma ótima forma de respeitar.
Importante!
Sempre é válido lembrar que homossexualidade NÃO é doença! A sexualidade simplesmente é!
A pessoa homossexual não está doente e nem perdida. Não é uma fase que vai passar. Não é promiscuidade.
Como sair do armário?
Não existe uma regra única de como fazê-lo. Importante você saber que deve fazer por você, para você sentir-se bem consigo mesmo(a) e não por alguém.
Grupos de apoio e a própria terapia podem te ajudar a definir o momento e a forma adequada.
Comece por alguém próximo e sem preconceitos. Isto facilitará para você. Ter apoio e ser aceito(a) fazem parte deste processo.
Você também precisará de paciência e tranquilidade, pois algumas pessoas não reagirão bem. Podem surgir decepções e relacionamentos rompidos.
Mas pense bem, se alguém não me aceita inteiro, como sou, esta pessoa deveria fazer parte da minha vida?
Se são os seus pais que não te aceitam como você é, continue lendo, pois eu falo sobre como lidar com isso mais abaixo.
E ainda, algumas pessoas precisarão de tempo para processarem. Lembre-se de que você também precisou de tempo para se aceitar e ficar bem. Dê então o tempo que algumas pessoas irão precisar.
E você que acabou de saber de alguém próximo que ele/ela é homossexual, cuidado com as palavras pois a sua forma de receber também trará marcas.
A saída do armário não é nada fácil pois traz consigo tristezas e preconceitos que podem marcar as pessoas por muito tempo.
Este processo de sair do armário, de aceitar-se e de ser aceito(a) pode sim trazer conflitos emocionais e dificuldades sexuais.
De que forma?
- Dificuldades nos relacionamentos afetivo-sexuais,
- ansiedade quanto à discriminação,
- ansiedade de desempenho sexual,
- ou seja, queixas afetivo-sexuais e disfunções sexuais.
A Disfunção Sexual em Homossexuais
Ao contrário do que normalmente se pensa as disfunções sexuais ocorrem em homossexuais (masculinos e femininos) com a mesma prevalência que em heterossexuais.
Logo, nos homossexuais masculinos tem-se por queixas comuns também a perda de ereção (disfunção erétil) e a ejaculação precoce.
E, nas mulheres homossexuais tanto a diminuição de desejo sexual quanto a insatisfação sexual são as queixas mais comuns.
Fatores que podem desencadear queixas sexuais que seriam diferenciadas estão ligadas ao preconceito, à homofobia e lesbofobia, por serem fatores de stress e ansiedade que os(as) heterossexuais não vivenciam.
Por exemplo, a dificuldade em se aceitar e em ser aceito(a) pode sim dificultar uma vida sexual prazerosa e satisfatória.
O tratamento na terapia sexual é o mesmo, pois são homens e mulheres com queixas sexuais. Deve ser mantida a abordagem respeitosa e empática, de forma a assegurar a qualidade de vida e saúde sexual.
Se você estiver apresentando alguma destas dificuldades tanto a nível de aceitação/relacionamento com as pessoas a sua volta, quanto a nível de Disfunções sexuais, nós estamos aqui e podemos lhe ajudar.
Como contar para meus pais que sou gay?
Nem sempre os pais e as mães sabem que o filho(a) é homossexual.
Para muitos pais e mães a notícia é difícil, pois a idealização e expectativa da família era outra. Já outros pais e mães dizem que já sabiam e estavam esperando a/o filha/o sentir-se à vontade para contar.
De qualquer forma é uma situação ansiogênica, ou seja, que traz muita ansiedade e sofrimento. E a pergunta: “onde foi que eu errei?” aparece com frequência.
De qualquer forma os pais e as mães costumam passar por uma fase de luto. Sentem-se tristes e desiludidos até chegarem a aceitação e respeito. O tempo ajudará a reformular a relação em família.
Só se faça essa proposta de contar quando sentir-se seguro(a) consigo mesmo. Essa segurança te ajudará a sentir o momento de falar.
Se estiver em dúvida ou em fase de experimentação não é hora de falar. Relembro aqui que um grupo de apoio e a terapia podem te ajudar nesta decisão de momento de falar e forma de dizer.
Bom, veja algumas sugestões de como você pode fazer, lembrando que não existe uma regra de como contar aos pais sobre a orientação sexual:
Deve ser num momento íntimo, somente com quem você for contar. Você pode falar com os dois ao mesmo tempo.
Ou se preferir, fale primeiro com a pessoa que você tenha mais afinidade.
Não fale com agressividade, seja amoroso(a). Coloque seus sentimentos. Quanto mais seguro(a) você estiver melhor.
Por quê?
A sua saída do armário também é um momento difícil para eles.
Você já deve estar certo(a) da sua orientação sexual
O que quero dizer com isto? Como parte do desenvolvimento, passamos por momentos e vivências de experimentações e descobertas sexuais.
Principalmente na pré-adolescência brincadeiras de cunho sexual entre adolescentes do mesmo sexo, incluindo vivências sexuais e exibicionismo, podem causar confusão na construção da identidade sexual.
Identificar-se com outro do mesmo sexo, vivenciar prazeres e descobertas juntos, não define a atração sexual.
Quanto mais clara for para você a sua orientação sexual, mais tranquilo será o seu posicionamento perante as pessoas, você sabendo que você simplesmente é assim, que não é uma escolha ou opção, que não há culpados.
A sexualidade simplesmente é!
É sempre importante você ter em mente que ser homossexual não é desvio, doença e nem transgressão. Não foi por opção, é simplesmente o desejo. Muitas das reações homofóbicas são decorrentes da falta de informação.
E quando os pais não aceitam?
Nem sempre as reações são as esperadas, elas podem ser piores. Temos relatos de agressão e expulsão de casa.
Caso você acredite que isto pode acontecer já tenha um lugar em mente para ficar por algumas horas ou alguns dias, converse antes com alguém da sua confiança.
Com tantas dificuldades então porque razão você deve devo mesmo contar?
Porque apesar de ser uma das coisas mais difíceis de fazer, será também uma das melhores. Os relatos que tenho são de pessoas que tiraram um peso das costas, que a vida ficou mais plena, as vivencias são mais inteiras.
Situações extremas – O suicídio.
É preciso sim falar sobre sexualidade e homossexualidade em casa e nas escolas. É sim uma forma de evitar o bullying e o suicídio, que são alto entre os homossexuais.
Muitas vezes a negligência leva ao sofrimento psíquico insustentável. A ideia da educação para a sexualidade é promover o bem-estar no desenvolvimento e vivencias psicossexuais.
O Filme Orações de Bobby retrata bem esta situação extrema.
Veja o que eu já escrevi sobre o filme.